domingo, 2 de outubro de 2011


Curso de Reiki – Nível I
O Despertar
6 de Novembro
Horário: 10h00
A inscrição deverá ser feita até ao dia 28 de Outubro
Telm – 93 675 23 70
 O Reiki é um antigo sistema de cura baseado na imposição das mãos.
O Reiki não é uma religião, não apresenta efeitos colaterais ou contra-indicações e é compatível com qualquer terapia ou tratamento alternativo ou convencional.
Reiki resulta da fusão da palavra “rei” que significa energia universal e “ki” energia vital de cada ser.
Hoje em dia o Reiki é aplicado em diversos hospitais, tanto por médicos e enfermeiros.
Orientado por:
Carla Silva
Indumati
Mestres de Reiki

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Pecuária prejudica meio ambiente
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O CICLO DE DESTRUIÇÃO DA TERRA
"Quando a última árvore for cortada, quando o último rio for poluído, quando o último peixe for pescado, aí, sim, eles verão que dinheiro não se come". Chefe Sioux

CARNÍVOROS X NATUREZA Atividades ligadas à pecuária prejudicam o meio ambiente (novidade...)
A CRIAÇÃO DE ANIMAIS PARA CONSUMO HUMANO...... DEGRADA A TERRA: cerca de 80% das áreas cultiváveis são usadas para a criação de animais. Em 1 hectare de terra podem ser plantados 22.500 kg de batatas e apenas 185 kg de carne bovina.... DESPERDIÇA ÁGUA: são necessários de 20 a 30 mil litros de água para produzir 1 kg de carne. Para a mesma quantia de trigo, é preciso apenas 150 litros de água.... ESTIMULA O DESMATAMENTO: a criação de animais de corte é responsável por 90% do desmatamento de florestas tropicais. Para cada hambúrguer de carne bovina, são necessários 50 m quadrados de área de floresta.... POLUI A ÁGUA: somente os animais criados para o consumo nos Estados Unidos produzem uma quantidade de excrementos 130 vezes maior do que a de toda a população mundial. Uma criação de porcos média produz tantos excrementos quanto uma cidade com 12 mil habitantes.... DESPERDIÇA ENERGIA: nos EUA, mais de um terço de todas as matérias-primas e dos combustíveis fósseis são usados na criação de animais para consumo humano. A produção de um único hambúrguer consome a mesma quantidade de combustível fóssil que um carro popular em um percurso de 32 km. – Afixado no mural do TJMG – Fonte: O Tempo – 27.11.06
Se alguém ponderar que come apenas frango, também é responsável pela queima das florestas e dos seus habitantes (pássaros, onças, tamanduá, esquilos, pacas, lagartos etc), aumentando a escassez de água e o efeito estufa, já que os grãos utilizados para a alimentação desses bípedes vêm dessas áreas devastadas. Da mesma forma o peixe, que, para ser conservado, consome muita energia fóssil, poluindo ainda mais o ambiente. Quem não mudar a sua alimentação e, ainda, reclamar da destruição do Planeta, é, no mínimo, um demagogo – ou Pôncio Pilatos. Sem falar que, também, é - superlativo sintético absoluto de cruel - crudelíssimo (ou cruelíssimo) com os animais.
A vingança dos animais mortos vem em forma de depressão, colesterol alto, enfartos, cânceres, gota, violência etc (acrescidos de seca, inundações, calor, furacões, falta d´água e alimentos, guerras, efeito estufa...) ou você pensa que na hora da morte desses inocentes não há nenhuma contaminação? Será que esse alimento (???) não está plasmado de medo, dor, sofrimento e desesperança? Se os matadouros (ou assassinadouros) tivessem as paredes de vidros, ninguém mais comeria carne. Mahatma Gandhi disse certa vez que “A grandeza de uma nação e de seu progresso moral pode ser julgado pela maneira com que seus animais são tratados”.
A situação se complica a cada dia e há situações que já são irreversíveis. O Planeta ficará para as gerações futuras, mas, até que o deixemos, é imperioso que o tratemos com mais carinho e zelo. Se fosse a nossa casa que estivesse para ruir ou explodir, agiríamos com esse total descaso?
Adotar uma dieta vegetariana é uma forma simples de consumir sem agredir o meio ambiente, enquanto que hábitos alimentares com predominância de comida industrializada e rica em proteína animal contribuem diretamente para um dos problemas ambientais que mais ameaçam o mundo: o aquecimento global. Alimentos naturais restauram nossa saúde e reequilibram as nossas energias.
Ao se alimentar, consumir em excesso, não reciclar, poluir, reclamar e nada fazer, pense no seu filho que herdará esse verdadeiro lixão, outrora um lindo e aprazível planeta. Reflita e aja, não espere pelo outro, que pode estar esperando, também, por você.
Muitos dizem que eu sou chato, também acho, às vezes, que fique bem claro, às vezes. Mas há certos assuntos que temos que insistir, pois, caso contrário, não conseguiremos levar a bom termo o seu desfecho. Temos que plantar árvores e uma sementinha na cabeça das pessoas, senão o mundo acaba rapidamente. Quando eu for embora da terra (momentaneamente, pois devo voltar bem mais tarde), espero que haja outro ou outros no meu lugar. Gostaria de um mundo melhor e o planeta não pode esperar, por isso, insisto em divulgar sempre, pois esse assunto é igual ao aprendizado de álgebra, de conjugação de verbo, de um jogo de bola ou um aprendizado de guitarra. Há que se ter muito treino e persistência. No meu caso a insistência é devido à minha cara de pau, ou melhor, cara de Pau lo, já que levei tanta “carada”. Mas isso só me motiva, pois descubro que há muitos que nada sabem.
Como sempre falo sobre ecologia para diversas pessoas por dia, resolvi colocar no papel tudo isso, ciente de que o desconhecimento salta aos olhos. É importante lembrar que esse texto deve ser digerido com parcimônia, em doses homeopáticas, inclusive, para que guardemos mais informações, embora grande parcela das pessoas não se dê ao trabalho de ler textos mais elaborados e sérios. Aqui tem informações do Instituto Akatu, INPE, Greenpeace e diversos outros organismos de pesquisas e universidades de todo o mundo.
Seria de bom alvitre que isso fosse divulgado, pois a destruição do planeta está quase que irreversível. Além de servir de esclarecimento e alerta, o escrito abaixo é útil para vestibulandos e estudantes em geral. Se forem imprimir, usem papel rascunho.
Feito o intróito, o preâmbulo, vamos lá ao ciclo de destruição da terra. Deixem de preguiça e leiam tudo. É muito importante conhecer o que vem em seguida. Eu gastei horas de pesquisa e de digitação deste texto, quando poderia estar exercendo outras atividades ou mesmo dormindo. Na realidade, o gasto em horas foi ganho em conhecimento, pois aprendi muito, já que sou diletante, que é aquela pessoa que estuda pelo prazer de aprender. Para ler, vocês levarão bem menos tempo.
Helio Mattar, diretor presidente do Instituto Akatu: "Não há nada que cada um de nós faça, que não reflita na vida dos outros. Por isso, a solidariedade é absolutamente necessária, inclusive por parte das empresas, que seriam mais agentes sociais e não apenas de produção". Nossas escolhas de consumo influenciam muito. "Quando comemos um bife ou deixamos de pegar uma carona, estamos contribuindo para aquecer o planeta". Entre as principais causas do superaquecimento estão o desmatamento das florestas - nesse caso para a criação de pastagens - e a queima de combustíveis fósseis, como o petróleo.
Quando queremos ganhar dinheiro mais facilmente e temos terras, o que fazemos? Queimamos a floresta, colocamos a praguiária – pois é uma praga (capim braquiária) e deixamos que o gado se reproduza. Mas só capim não dá! Temos que plantar milho e soja para alimentar os bois, frangos, carneiros, porcos etc. Queimamos mais florestas. Após, para se fazer um churrasco, queimamos mais matas para produzir o carvão para as nossas churrasqueiras. Sendo assim, como manter o planeta sem poluição, sem o famigerado CO2?
Segundo imagens de satélite, em 2004 e 2005, 1,2 milhão de hectares de floresta viraram plantações de soja. Cada hectare tem mais ou menos o tamanho de um campo de futebol. Ou seja, em dois anos, a área cultivada pela soja passou de um milhão de campos de futebol. E para onde vai toda essa soja plantada no coração da floresta? “A nossa soja está alimentando a vaca da Europa. A vaca da Europa é confinada e ela come soja brasileira”, alerta Paulo Adário, do Greenpeace. Um porto em Santarém, no meio da floresta amazônica, é o lado mais visível do poder da soja no norte do Brasil. Ele foi construído por uma empresa norte-americana para facilitar o transporte de milhões de toneladas do produto para o mercado consumidor, a Europa. A própria existência do porto da Cargill é contestada na Justiça. O Brasil é o maior exportador mundial e segundo maior consumidor de carne bovina. O problema é que a conta deste aumento quem paga é o meio ambiente. O rebanho bovino tem se expandido em todas as regiões do país e a pecuária exige a abertura de grandes extensões de campos onde antes existiam cerrados ou florestas. A criação de gado é hoje uma das principais responsáveis pelo desbravamento da floresta Amazônica. Um estudo do Banco Mundial, divulgado em 2003, aponta que, durante os anos 90, a pecuária de corte foi a maior responsável pelos desmatamentos registrados nas terras ainda baratas da região. O preço que a floresta paga com o desmatamento é alto. E não se perde só madeira. Em cada quilômetro quadrado de floresta tropical há cerca de 45 mil toneladas de matéria orgânica viva, na forma de animais, vegetais e microorganismos contra mil de um deserto. Cálculos estimam que cada 2 milhões de hectares desmatados ou queimados - área média derrubada anualmente na Amazônia - emitem o equivalente a 200 milhões de toneladas de carbono, mais do que todos os carros brasileiros juntos.
Nosso amor e respeito às árvores vêm de longa data. Quando um carro estraga na estrada, a primeira atitude do motorista é quebrar um galho de uma árvore e colocá-lo na pista para avisar os outros motoristas. Onde está o triângulo - obrigatório??? Se andamos no mato, vamos quebrando galhos aqui e acolá para passarmos com maior facilidade. Se tivermos muitas árvores em frente a nossa casa e se as mesmas puderem servir de esconderijo para meliantes, cortaremos todas. Os criminosos que continuem soltos! Simples, não? Muitos não plantam nada, pelo contrário, mas, quando o sol está quente, correm para se abrigar - e/ou os seus carros - em sombras frondosas. O homem constrói diversos prédios, mas não planta árvore – a sua maioria. Elas também sentem dores, pois têm o princípio vital, que rege a vida de todas as criaturas. Experimente embalar a sua planta com música clássica (embora eu adore o heavy metal), ela adorará, respondendo-nos com beleza e vigor. Um outro problema de se acabar com as florestas é que uma mata queimada há mais de 5 km de uma nascente pode secá-la, já que a floresta dizimada era o ponto de captação de água para o lençol freático, que desembocava nessa nascente. De tanto queimar suas matas, diversos fazendeiros ficam sem água e depois se acham no direito de brigar com o vizinho pela água que o outro conservou. Onde está a água outrora existente nas fazendas desses conscienciosos fazendeiros?
Por essa queima constante, as florestas não resistem. Isso faz com que as nascentes desapareçam, já que não têm mais as árvores que funcionavam como esponjas para infiltrar a água da chuva até o lençol freático, para alimentar os lagos, lagoas e nascentes. Sem árvores, quando vem a chuva, muita terra, fezes e urina dos animais vão para os rios assoreando-os e poluindo-os. Rios que há 20 anos tinham 30 mt de profundidade, se ainda existirem, hoje têm 20 cm. Com a água poluída pelas fezes dos animais, juntamente com hormônios, antibióticos e outros químicos, há de se ter mais despesas para limpá-la, por isso, pagamos mais caro por ela. A criação do gado compacta o solo, tornando-o impermeabilizado, ou seja, não há como a água penetrar para chegar até o lençol freático. Não só isso, com a escassez da água, temos que buscá-la cada vez mais longe, aumentando os custos. À medida que a demanda suplanta a oferta, os lençóis freáticos estão hoje diminuindo em todos os continentes. Dezenas de países estão enfrentando esse problema. Vivemos num mundo em que a água se torna um desafio cada vez maior. A cada ano, mais 80 milhões de pessoas clamam por seu direito aos recursos hídricos da Terra. Infelizmente, quase todos os 3 bilhões de habitantes que devem ser adicionados à população mundial no próximo meio século nascerão em países que já sofrem de escassez de água. Já nos dias de hoje, muitas pessoas nesses países carecem do líquido para beber, satisfazer suas necessidades higiênicas e produzir alimentos. De acordo com o professor de sistemas de irrigação e drenagem do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental da UnB - Universidade de Brasília, Demetrios Christofidis, a agropecuária no Brasil responde por 69% do volume de água retirado dos mananciais. O abastecimento doméstico e a atividade industrial são, na seqüência, os maiores usuários, com 21% e 18%, respectivamente, de volume utilizado. Os dados são de 2002. A afluência gera demanda, adiciona. À medida que as pessoas ascendem na cadeia alimentícia e passam a consumir mais carne bovina, suína, aves, ovos e laticínios, consomem mais grãos (que alimentam os animais). Uma dieta americana rica em produtos pecuários requer 800 quilos de grãos por pessoa por ano, enquanto as dietas na Índia, dominadas por uma alimentação básica de amidos como arroz, caracteristicamente necessitam apenas de 200 quilos. O consumo quatro vezes maior de grãos por pessoa significa igual crescimento no consumo de água. Vejam algumas curiosidades: Bebemos um copo d´água e desperdiçamos mais de quatro só para lavá-lo. Um absurdo! a) A torneira de uma pia, aberta meia volta, gasta 16 litros por minuto. Se uma pessoa escova os dentes duas vezes por dia e deixa a torneira aberta por um minuto, em um mês, ela desperdiça cerca de 960 litros. Se esta mesma pessoa utilizasse um copo de 200 ml para enxaguar a boca ao escovar os dentes, economizaria mensalmente 948 litros, suficientes para que outras 79 pessoas escovassem os seus da mesma forma. A quantidade de água economizada durante 70 anos seria suficiente para 67 mil pessoas, se escovasse os dentes de modo econômico durante um mês. A água só é necessária para molhar e enxaguar a escova e a boca. b) Uma torneira pingando pouco mais de uma gota por segundo desperdiça 46 l por dia. Em um mês, são jogados fora 1.380 l, quantidade suficiente para usar uma lavadora de roupas com capacidade para 5 kg por dez vezes. c) Uma pessoa que, semanalmente, lava a calçada com a mangueira durante 15 minutos, desperdiça, em um ano, mais de 13.700 litros d’água, o suficiente para dar de beber a 10 pessoas durante 47 anos. d) Uma pessoa que toma banho de chuveiro com meia volta da torneira aberta durante dez minutos gasta 162 l d’água. Se esta pessoa cortar pela metade o tempo do banho, economiza, em um ano, 30 mil l. Se 10% dos moradores da cidade de SP tomassem esta providência, a quantidade de água economizada daria para suprir 405 mil pessoas durante um ano. Um banho de 15 minutos com o chuveiro ligado direto gasta 90 l de água e outro de cinco minutos reduz para 30 l. Se as pessoas abrirem a água do chuveiro apenas para se molhar por 30 segundos e mais um minuto para se enxaguar, o consumo cairá para 12 l. Se 4 pessoas fizerem isto, seu consumo irá diminuir em mais de 300 l por dia, que pode abastecer mais duas pessoas. Se 500.000 pessoas fizerem o mesmo, será possível fornecer água para mais de 1 milhão de pessoas sem aumentar o sistema de abastecimento de água. Torneiras pingando desperdiçam 46 l de água por dia ou o suficiente para dois banhos de cinco minutos. Esse volume multiplicado por um milhão de pessoas será suficiente para abastecer por um dia 364 mil habitantes. Dos 1,2 bilhão de pessoas que não têm acesso à água potável no mundo, mais da metade são mulheres e meninas e o pior é que a cifra poderá aumentar nos próximos anos. As mulheres asiáticas e africanas percorrem uma distância média de seis horas para coletar água, o peso provoca transtornos físicos, impedindo que elas se envolvam em atividades como a educação, geração de renda, política ou recreação, já que grande parte de seu tempo está ocupado. Seis mil meninos e meninas morrem a cada dia vítimas de enfermidades associadas à falta de acesso a água potável. Grande parte destas carências é resultado da transferência deste recurso para as transnacionais, que são mais graves nos países onde o Banco Mundial e o FMI impuseram a privatização da água como condição para outorgar empréstimos.
Se gastamos mais água, e com diminuição das nascentes, lagos e lagoas, a captação da mesma se torna mais dispendiosa e com mais custos. Portanto, se desperdiçamos esse líquido precioso, estamos aumentando os impostos para obtê-la e mesmo quem a economiza vai pagar mais caro. Assim, “os justos pagam pelos pecadores”. O pior e lamentável é que muitas pessoas varrem as calçadas (com a vassoura hidráulica – mangueira de água) mesmo após – pasmem – e durante as chuvas. É preguiça ou desinformação. Algo tão ruim quanto ocorre nas cidades em que a prefeitura não cobra pela água, quando as pessoas deixam as torneiras abertas ou pingando o dia inteiro, sempre dizendo que a água é de graça. Se não sentem no bolso não são estimuladas a economizar. Há também os que gastam muito porque choveu, então tem muita água, dizem. Mal sabem eles que essa água não alimenta mais o lençol freático, porque ou as ruas estão impermeabilizadas ou não tem mais a floresta para reter a água no solo. Sendo assim, a água vai para o rio e do rio para o mar. É muita falta de consciência e os meios de comunicação de massa também são os grandes culpados, embora não admitam. Eles é que sempre alardearam o consumismo e nada de campanha para a preservação do planeta. Só agora que a situação está ficando irreversível é que, timidamente, alguns veículos começaram a ventilar em suas programações alguma notícia sobre o aquecimento global. Uma pena!
Para se ter uma idéia do problema, em 2050, a população da Índia crescerá em mais 519 milhões de pessoas. A da China, em mais 211 milhões. O Paquistão terá 348 milhões. Egito, Irã e México estão destinados a aumentar sua população em mais da metade até 2050. Nesses e em outros países carentes de água o crescimento populacional está condenando milhões de pessoas à indigência hidrológica, uma forma de pobreza da qual é muito difícil escapar. Já com a população atual, de 6 bilhões, o mundo tem um imenso déficit hídrico. Por meio de dados sobre a extração excessiva na China, Índia, Arábia Saudita, África do Norte e Estados Unidos, Sandra Postel, autora de Pillar of Sand: Can the Irrigation Miracle Last?, calcula a exaustão anual dos aqüíferos em 160 bilhões de metros cúbicos ou 160 bilhões de toneladas. Tomando-se uma base empírica de mil toneladas de água para produzir 1 tonelada de grãos, esses 160 bilhões de toneladas de déficit hídrico equivalem a 160 milhões de toneladas de grãos, ou metade da colheita dos Estados Unidos.
Ao se produzir os grãos, gasta-se muito mais água para a sua irrigação. Para termos idéia do absurdo de área florestal devastada pela agricultura destinada aos animais, se pegarmos 10% de toda a produção de grãos destinada aos animais, produzidos pelo EUA, daria para matar a fome de toda a população mundial. Só 10%! Como também temos pressa em produzir alimentos, modificamo-los geneticamente, abusamos dos agrotóxicos, contaminamos rios, solo, ar e, assim, não temos alimentos de qualidade, que sejam saudáveis. Se não comêssemos tanta carne, não precisaríamos desmatar tanto. Se usássemos apenas uma parte das áreas desmatadas, teríamos a economia de florestas e excelência na qualidade, pois produziríamos alimentos de melhor sabor e de forma natural, limpos de veneno e com o tempo de germinação e maturação adequado a cada espécie, sem queimarmos etapas de crescimento e produção. Por ser mais lenta a produção dos orgânicos, eles não servem para a necessidade premente de engordar rapidamente os animais. As outras áreas desmatadas seriam regeneradas de forma natural e rapidamente.
Não só as queimadas e agrotóxicos poluem tanto. A eructação, arrotos dos bois, e os gases menos nobres (peidos) são responsáveis pela liberação de gás metano. O alimento consumido, gramíneas, forma um caldo onde estão presentes bactérias. “Quando o animal respira, o gás é liberado juntamente com o gás carbônico”, explica a pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente, Magda Aparecida Lima. Considerando cerca de 165 milhões de animais, somente no rebanho bovino brasileiro, produzindo anualmente uma média de 60 quilos de metano cada, pode-se imaginar as proporções mundiais da questão. Segundo ela, o metano possui um poder de aquecimento global vinte e uma vezes maior que o gás carbônico (CO2). As emissões de gás carbônico e metano estão entre as principais responsáveis pelo progressivo aquecimento do planeta. A fermentação dos alimentos nos estômagos do rebanho bovino mundial produz emissões de metano da ordem de 80 milhões de toneladas por ano. Quando cresce o nível desses gases na atmosfera, a Terra passa a reter mais energia solar junto ao solo, fazendo com que o planeta esquente - à semelhança do que ocorre numa estufa de jardinagem.
Com a devastação das florestas para se pôr gado, pergunto: será que só esse tipo de animal merece viver (por um breve período de tempo, é lógico, já que ele será “abatido” jovem)? E o resto, que estamos extinguindo a passos largos, a eles não podemos destinar outras áreas? Um em cada quatro mamíferos e um a cada oito pássaros estão ameaçados. Metade de todas as tartarugas marinhas e de água doce passa pelo mesmo perigo. Anfíbios talvez sejam o maior grupo em sérios riscos, com uma a cada três espécies em sério risco e mais de 120 espécies consideradas extintas nos últimos 25 anos. Dor de cabeça por isso? - A principal razão para se preocupar com o ritmo de extinções é que mesmo com toda a tecnologia atual, a humanidade ainda depende do delicado balanço ecológico natural do mundo para sobreviver. A biodiversidade da Terra que provém o ar limpo, água potável, alimentos e novos medicamentos. Um processo de mudanças muito grande poderia causar um colapso do sistema de suporte à vida natural. Além disso, a vida na Terra levou cerca de 10 a 100 milhões de anos para se recuperar de uma extinção em massa. E uma última razão para ficar atento é filosófica. Se os seres humanos conservam trabalhos de arte, porque não conservar a natureza? A extinção de um besouro é menos importante que a destruição de um Rembrandt ou um Picasso? Talvez seja hora de parar e rever os conceitos. (Paula Scheidt/ CarbonoBrasil)
Voltando à queima de florestas, a emissão de CO2 faz com que a poluição fique instalada no limite da atmosfera, formando uma camada espessa quase intransponível. Que fique claro que não é só a poluição oriunda da queima das florestas a personagem principal da história, se bem que é a maior vilã, pois temos os carros, fábricas e mineradoras que ajudam, e muito, na produção da fumaça. Quando a luz solar incide sobre a terra, ela é refletida pelo gelo das calotas polares e volta ao espaço. Isso na teoria. Uma vez que temos a poluição para impedir tal retorno, a luz solar fica dentro dessa “estufa” que se tornou o nosso planeta. Assim, derrete o gelo e aumenta a temperatura ambiente, elevando o nível do mar e a temperatura da água. Isso faz um aumento de furacões e ciclones, formação maior de tempestades, de estiagem, além de submergir ilhas (já temos milhares de refugiados devido ao aumento do nível do mar). Afogamos os ursos (que apesar de bons nadadores não conseguem nadar por um longo período de tempo), já que os icebergs que se soltam os levam para longe de seus habitats. Cidades litorâneas como Rio de Janeiro, Tóquio, New York, Amsterdã e outras serão submersas. Em Bangladesh, por exemplo, uma elevação de apenas um metro alagaria 10% do território e levaria 8 milhões de camponeses a abandonar suas terras. A previsão é que a temperatura suba 6 graus até 2100. Especialistas dizem que milhões de pessoas em áreas densamente povoadas, em territórios baixos de países em desenvolvimento, como Bangladesh e partes da China, Indonésia e do Vietnã, podem ser forçadas a mudar-se devido ao aumento dos níveis do mar. Em algumas ilhas do Pacífico Sul isso já começou a acontecer. Jim Hansen, diretor do instituto para estudos do espaço da Nasa, localizado em Nova York (EUA), diz que a situação pode chegar a um ponto de o Ártico não ter mais gelo. Isso significa, em outras palavras, grande elevação no nível do mar e extinção de muitas espécies, explica. Hansen lembra que metade da população do planeta vive a menos de 15 milhas da costa e que muitas das grandes cidades são costeiras. "Uma vez que o processo se inicia e continua no mesmo ritmo, é impossível de prevenir o que ocorra. É por isso que devemos lidar com a situação antes que ela fique fora de controle. Só não podemos simplesmente queimar combustíveis fosseis", alerta. "Se fizermos isso, teremos um planeta sem nenhum gelo no Ártico e onde o aquecimento será tão grande que trará fortes efeitos para a elevação dos níveis dos oceanos e para a extinção das espécies". O cientista admite que, se formos mais 10 anos no ritmo atual de crescimento de emissões de CO2 na atmosfera, em 2015 as emissões serão 35% maiores do que no ano 2000.
Pesquisadores da Universidade de Bristol, no Reino Unido, prevêem que a Europa, a China, Canadá, América Central e do Sul estarão sob risco de destruição de suas florestas com o aquecimento global - 30% de chance para um aquecimento de menos de 2º C, chegando mais de 60% se o aquecimento superar 3º C nos próximos 200 anos. Incêndios, enchentes e secas também serão mais comuns. Deverá faltar água na África Ocidental, América Central, sul da Europa e leste dos EUA. Outras regiões, particularmente ao norte dos 50º de latitude norte, na África tropical e no noroeste da América do Sul, estarão sob risco de erosão, perdas de árvores e enchentes. Os pesquisadores também descobriram que, se a temperatura aumentar mais de 3º C, áreas da Terra que hoje absorvem gás carbônico poderão passar a liberar o carbono acumulado, dando início a um ciclo de realimentação que ampliará a concentração do gás na atmosfera.
Como as atividades atuais também envolvem a diminuição da cobertura florestal, deve também haver uma diminuição da pluviosidade nas áreas continentais, pois as florestas prestam serviços ambientais importantes para a regulação do balanço hídrico sobre as áreas continentais. Sendo assim, não havendo uma recuperação da cobertura florestal e das áreas desertificadas, a tendência é de que o clima do planeta se torne cada vez mais quente e seco. O Brasil, o Mediterrâneo e o oeste dos Estados Unidos estão entre as regiões que mais vão sofrer as conseqüências do aquecimento global, indica uma nova projeção que prevê secas prolongadas, chuvas intensas e ondas de calor mais longas nas próximas décadas. O estudo, feito pelo Centro Nacional para Pesquisa Atmosférica dos EUA, prevê também fenômenos contrastantes, como quedas drásticas de temperatura e uma maior temporada de crescimento vegetal. O grupo ambientalista Greenpeace convidou os principais poluidores do mundo, nesta segunda-feira (06.10.06), a deterem a devastação causada pela mudança climática, apontando o Brasil como um dos principais agressores. "Os piores impactos da mudança climática só podem ser evitados se os governos agirem agora", disse Steve Sawyer, conselheiro político do Greenpeace International, na inauguração da conferência da ONU sobre o clima na capital queniana. "As futuras gerações não nos perdoarão se demorarmos", afirmou. "O Brasil precisa assumir a responsabilidade como um dos maiores emissores do mundo de CO2 (dióxido de carbono ou gás carbônico)", afirmou. "O governo precisa combater o desmatamento e promover a energia limpa e renovável, bem como a eficiência energética", acrescentou. As mudanças climáticas são causadas, principalmente pela emissão de gases causadores do efeito estufa, como o gás carbônico (CO2). Segundo o relatório Mudanças do Clima, Mudanças de Vidas, do Greenpeace, o Brasil hoje já é o quarto país responsável pelas emissões mundiais de todo o gás carbônico do planeta. "Isso acontece por causa das queimadas decorridas da conversão de florestas em pastos e lavouras, principalmente no caso da soja e da carne bovina, principais produtos de exportação do país", afirma Carlos Rittl, do Greenpeace. "Por isso é importante estabelecer metas de contenção de desmatamento."
Com o aumento da temperatura do mar, os recifes (animais incrustados de algas) não realizarão a fotossíntese, deixando de ser fonte de alimentos para inúmeras espécies marinhas. Os recifes são fontes primárias de toda vida no planeta. Dessa forma, as aves também não terão o que comer, já que não haverá peixes suficientes. Isso sem falar nos barcos-fábrica que dizimam cardumes com bombas, as baleeiras e os pescadores que matam os tubarões apenas para tirar parte das suas entranhas. Assim, sem o seu segundo maior predador (o primeiro é o homem), muitas espécies poderão se proliferar, acabando com as outras rapidamente – se o homem não dizimar tudo antes.
Esse aumento da temperatura da terra fará com que inúmeras espécies desapareçam e mudará a face da terra, criando desertos onde antes eram terras alagadas, transformando florestas tropicais em cerrados e por aí vai. "A partir do ano 2040, 2050, a Amazônia entra em uma fase de colapso. E passaria a ser outro tipo de vegetação, uma vegetação tipo savana ou cerrado", prevê o pesquisador José Antônio Marengo. A temperatura média na Amazônia pode subir 8 graus até o ano de 2100. No Pantanal, a elevação seria de 6,5 graus. E no Nordeste, 4,5 graus. Um mapa mostra a região nordestina que seria mais castigada: o semi-árido. E já se fala nos impactos sociais que seriam provocados pela mudança do clima. "Pode gerar um problema gravíssimo, que é o de refugiados ambientais", afirma Marengo. Milhares de famílias seriam obrigadas a deixar o sertão e buscariam emprego nas grandes cidades. Nesse cenário, a temperatura média no Brasil, que já é alta, passaria de 25ºC para 29ºC, em 2100. Pensem nesse pessoal se mudando para a nossa cidade. Se já não temos qualidade de vida, imaginem como será com milhares de outras pessoas morando ao nosso lado? Trânsito, fome, miséria, doenças, assaltos, assassinatos, desemprego, falta de água...
Cerca de 75% do volume de gases poluentes emitidos pelo Brasil vêm do desmatamento e das queimadas. Os humanos estão devastando a natureza num ritmo sem precedentes que, se mantido, fará com que em 2050 a população mundial consuma por ano o equivalente aos recursos de dois planetas, disse a entidade ambientalista WWF nesta terça-feira, 07.10.06. As populações de muitas espécies, de peixes a mamíferos, diminuíram em cerca de um terço entre 1970 e 2003, em grande parte devido a ameaças humanas, como poluição, desmatamento e pesca abusiva, disse a entidade em seu relatório bienal.
Por essa prática secular de queimadas, 1/3 das terras do planeta estão desertificadas e as populações já não conseguem sobreviver nestes locais, criando mais refugiados, os da seca. Por não termos florestas, não teremos estabilidade no clima, uma vez que não teremos as formações de camadas de ar frio, oriundas da vapotranspiração das árvores, que ao se encontrarem com as camadas de ar quente provocam chuvas. Sem a mata, a camada de ar quente seguirá o seu curso até que encontre um outro catalisador para a chuva, derramando suas águas no deserto ou no mar, deixando de chover nas áreas habitadas. Aliás, quem precisa de chuva no mar ou no deserto, a não ser os náufragos e as caravanas nômades desses lugares?
Quanto à fumaça, não é um problema apenas da comunidade próxima, já que ela viaja por milhares de quilômetros, poluindo imensas áreas. Essa fumaça provoca asma, bronquite, alergias etc. As emissões de queimadas, muito mais quentes, são projetadas verticalmente, alcançando altitudes acima de oito quilômetros. “Em grandes altitudes, os ventos têm maior intensidade e as nuvens podem ser levadas para grandes distâncias, permanecendo também por mais tempo na atmosfera”, disse o pesquisador Saulo Freitas, do INPE. Dependendo da latitude, as emissões ultrapassam os 12 quilômetros de altitude, chegando à estratosfera. “Nesse caso, os gases podem dar a volta no planeta. Eles conseguem modificar o balanço de radiação que vem do Sol e chega à superfície, alterando o clima global”, disse Freitas.
Muitos ficam com dó e até indignam-se ao verem imagens de queimas de florestas, que dizimam toda a vida silvestre, como cobras, onças, tamanduás, pássaros, mamíferos diversos e seus filhotes e outras infinidades de vida. Estamos acabando com possíveis remédios até para doenças que não existem ainda, o que diremos das que existem, já que tudo vem da natureza? Isso sem falar que estamos também dizimando os polinizadores. Sem eles, nada de mais árvores e frutos. Falam dos madeireiros, mas estes destroem pouco em se comparados aos pecuaristas, pois selecionam as madeiras de lei e parte da floresta ainda se mantêm de pé. Como exemplo do problema, o Pantanal tem previsão de durar apenas mais 40 anos, uma vez que os fazendeiros têm permissão para desmatarem até 80% de suas terras, para colocar... adivinhem? Acertaram! Capim (Para quê? Para gado), acabando com rios e toda a rica fauna e flora. Visitem lá antes que devoremos tudo. Ao invés de nos indignarmos com as queimadas, deveríamos olhar para os nossos pratos e ver o tanto de carne que lá tem. Ver os inúmeros animais e outros seres vivos – humanos também - que perdem a vida e que ficam doentes pela inalação da fumaça não deveria causar uma mudança de comportamento?
Temos muito mais problemas. Vejam como as multinacionais (a maioria dos detestáveis americanos) destroem tudo à sua volta, principalmente nos países dos outros: O relatório Comendo a Amazônia é resultado de uma investigação sigilosa realizada durante um ano, nas regiões de produção e consumo de soja, baseada em análise de imagens de satélites, sobrevôos, análise de dados do governo e pesquisas em campo. O documento revela o papel de três multinacionais norte-americanas de commodities agrícolas – ADM (Archier Daniels Midland), Bunge e Cargill – na invasão da Amazônia, impulsionando o desmatamento ilegal – muitas vezes, feito com trabalho escravo, a grilagem de terras públicas e a violência contra comunidades locais. ADM, Bunge e Cargill controlam a maior parte do mercado de soja na Europa. “Estamos destruindo a maior floresta tropical do planeta para dar lugar à soja – uma espécie exótica, que será transformada em ração para alimentar gado e frango na Europa”, disse Paulo Adário, coordenador da campanha da Amazônia, do Greenpeace. “Depois, este gado e este frango serão vendidos no Mc Donald’s mais próximo e você poderá estar comendo um pedaço da Amazônia”.
Outro ponto de destruição são as queimadas urbanas. Pôr fogo em lixo residencial é outra prática nefasta. Por que não reciclar esse lixo? Muitos depositam sua sujeira nos passeios ou em lotes vizinhos e ateiam fogo (muitas vezes fora do horário ou do dia, fazendo a festa dos cachorros que rasgam os sacos). Em diversas ocasiões, o lixo queimado é plástico e latas, que exalam uma fumaça negra e altamente tóxica. Até sofás velhos são queimados. Se o lixeiro não recolhesse o lixo, reclamavam. Como recolhem, queimam-no. Quando varrem folhas ou juntam o resto de capina, também os queimam. Por quer não deixar virar adubo para as próprias árvores? Isso sem falar na queima de mato em inúmeros lotes vagos (os donos não querem gastar com capina e os vizinhos a estes não têm a consciência da destruição), que aumenta ainda mais a temperatura da Terra e faz com que nossos centros urbanos fiquem ainda mais quentes. O pior é que a pessoa que ateia fogo, principalmente em lote vago, suja as nossas casas, enche-as de fumaça e fuligem, não nos respeitando e mostrando toda a sua educação, além de favorecer as doenças respiratórias. Roupas recém-lavadas e áreas limpas ficam sujas de fuligem, janelas em dia de calor têm que permanecerem fechadas, cheiro constante de fumaça. Em muitos dias do ano há vários focos de queimadas e perde-se a qualidade do ar, que já é ruim. Será que essas pessoas não gostam de um ar sem fumaça? Saliente-se que essa pessoa pode estar colocando o seu filho e pais idosos – e os dos outros – doentes, com bronquite, asma ou rinite, por exemplo. Se procurar um posto médico, muitas vezes em greve, não será bem atendido. Quando finalmente o conseguir, receberá Amoxilina, um antibiótico que quase não combate essas doenças. Terá que desembolsar uma boa quantia para comprar um remédio mais eficaz. Resultado: ele mesmo provoca maiores problemas para si próprio e sua família, sem falarmos nos vizinhos prejudicados. Quando reclamamos de tal ato de vandalismo, esses educados ainda se dão ao direito de nos ameaçar e, o pior, há os vizinhos que ficam do lado dos meliantes. É igual quando gravamos um ato ilícito sem autorização, ocasião em vamos preso e o bandido fica solto, pois a gravação fora feita sem consentimento do mesmo. A vítima vira o meliante e o meliante vítima. O que nos deixa esse mal-educado? Fumaça, fuligem, sujeira, doenças respiratórias, risco de incêndio, paisagem desolada, mais calor, mais efeito estufa, pássaros sem ninhos e seus filhotes queimados, além de diversos animais silvestres que morrem no incêndio. O mais incrível é que muitos se sentem incomodados, reclamando, reclamando, mas sem tomar uma atitude que ponha fim à poluição. Dizem que não querem incomodar, que o autor da queimada vai ficar bravo, vai ameaçá-lo etc. Mas quem tem que ficar bravo são as inúmeras pessoas que foram atingidas pela falta de educação do outro. QUEIMADA É CRIME! QUEM SE SENTIR PREJUDICADO, NÃO QUERENDO MAIS FICAR DOENTE OU COM A CASA SUJA POR CAUSA DE FALTA DE RESPEITO ALHEIO, É SÓ LIGAR PARA A SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE OU PREFEITURA. Essa situação se assemelha a um lugar cheio de não fumantes. Quando chega um com cigarro acesso, espalhando enfisema pulmonar, câncer, pigarro etc, os não fumantes ainda ficam sem jeito de reclamar. Ora, os inconvenientes são os que têm que parar de incomodar e prejudicar os outros e não o contrário. Deveríamos ser os primeiros a zelar por um ambiente mais saudável, ensinando, inclusive os nossos filhos a manter a nossa “casa” limpa e não sujá-la ainda mais. Quanto à fumaça, não é um problema apenas da comunidade próxima, já que ela viaja por milhares de quilômetros, poluindo imensas áreas. Essa fumaça provoca asma, bronquite, alergias etc. As emissões de queimadas, muito mais quentes, são projetadas verticalmente, alcançando altitudes acima de oito quilômetros. Em grandes altitudes, os ventos têm maior intensidade e as nuvens podem ser levadas para grandes distâncias, permanecendo também por mais tempo na atmosfera. Dependendo da latitude, as emissões ultrapassam os 12 quilômetros de altitude, chegando à estratosfera. Nesse caso, os gases podem dar a volta no planeta. Eles conseguem modificar o balanço de radiação que vem do Sol e chega à superfície, alterando o clima global.
E a reciclagem? Ah, isso dá trabalho. Lavar, separar, levar para os coletores. Nem pensar! Assim, por não reciclarmos, temos que destruir mais rios, para pegar areia e fazer novos vidros. Temos que cortar mais árvores (começando todo o ciclo de destruição já mencionado) para produzir papel. Temos que gastar mais petróleo para transformá-lo em plástico. Para a produção disso tudo, gastamos óleo diesel, energia, água e aumentamos a poluição do planeta. Se reciclássemos, o gasto seria infinitamente menor e teríamos mais florestas em pé. Reciclar dá trabalho e muitos não querem saber disso. Mas quando o aterro sanitário, o lixão, ficar saturado, temos que criar um outro espaço. Quando ele for para o lado da nossa casa, eu, que nunca reciclei um ínfimo pedaço de papel, transvestido em cidadão pela primeira vez, farei abaixo-assinado na vizinhança, xingarei os políticos, a prefeitura e reclamarei e reclamarei. Terei direito? Se tivesse reciclado, o lixão ainda teria vida útil para muito tempo mais. Nele não caberiam ainda outros dejetos que não são recicláveis? Por que não adotamos um catador de material reciclável em nosso bairro? Eles são importantíssimos para nós, pois além de nos livrarem da sujeira desse material atirado nas ruas, nos livram de doenças provenientes dessa sujeira e ajudam-nos a ter florestas, poupar energia e a termos o lixão longe de nossas casas. Isso sem falar na geração de empregos para inúmeras pessoas que lidam com essa atividade. Outro aspecto positivo da reciclagem é que evitaríamos atirar o lixo na rua, que é levado pela chuva aos esgotos, provocando inundações e enchentes. Uma prática muito comum nas favelas, para aumentar a sua área, é cavar o barranco, deixando o lixo espalhado, e jogar terra por cima. Isso por meses a fio. Quando vêm as chuvas, a terra pesada escorrega no plástico e vem o soterramento. Se o lixo tivesse sido reciclado...
O texto “Lixo: conseqüências, desafios e soluções” de autoria de Geila Santos Carvalho afirma que o volume de lixo produzido no mundo nos últimos 30 anos foi três vezes maior que o aumento populacional. Isso vem ocorrendo em virtude da mudança nos padrões de consumo e de produção, pois hoje buscam agregar valor em produtos através das embalagens e parte da sociedade tem atingido altos padrões de consumo, que na maioria das vezes é desperdiçado. Vários produtos tem tido uma vida útil muito curta ou é descartável e isso obriga a troca por novos produtos. Outro ponto que merece destaque nesse artigo é que a maior parte do lixo produzido tem sido disposta de forma inadequada, a céu aberto sobre o solo e há casos que vem contaminando as águas dos rios, córregos e até mesmo o lençol freático.
Diante da apresentação do problema do lixo qual seria uma solução viável em curto prazo já que o planeta Terra tem pressa? Inicialmente temos que pensar na educação. A sociedade tem que estar educada e sensibilizada para o problema do lixo. A coleta seletiva deveria ser uma regra e não uma exceção nos municípios, pois isso viabilizaria a reciclagem, ou seja, a reutilização de materiais. Lembramos que o impulso para reciclagem advém de dois processos: a geração de renda e o amadurecimento de uma consciência ambiental. Existe um inegável trabalho realizado hoje no Brasil pelos “catadores” de materiais recicláveis. Apesar do pequeno número de prefeituras que declaram que têm programas de coleta seletiva de lixo, eles estão presentes em todos os municípios buscando no lixo uma fonte de receita para a sobrevivência.
Hoje é necessário fazer do lixo um meio de gerar renda e empregos. A Revista da Indústria, publicada pela FIESP no mês de julho de 2005, traz alguns números interessantes sobre a reciclagem, afirmando que o aproveitamento de resíduos já é alto em alguns setores como, 97% em alumínio, 77,3% em papelão ondulado e 40% em PET. O economista Sebetai Calderoni, em seu livro “Os bilhões perdidos no lixo”, afirma que o Brasil perde anualmente 5,8 bilhões de reais, porque deixa de reciclar o seu lixo urbano, deixando claro que nosso “lixo” vale muito e pode ser uma alternativa de renda para muitas pessoas que se encontram desempregadas e até mesmo excluídas do meio social. Devo lembrar da compostagem da matéria orgânica existente no lixo que pode se tornar um ótimo adubo orgânico, mas sobre esse tema comentarei em futura oportunidade. Há também a ligação do lixo com a geração de energia. Estudos mostram que a matéria orgânica quando se decompõe, produz o gás metano (CH4) que é um gás poderosíssimo de efeito estufa, pois é 21 vezes mais quente que o CO2. Esse gás metano “solto” na natureza pode causar mudanças climáticas. Infelizmente o Brasil é um grande produtor de gás metano. Das 180 mil toneladas produzidas por dia, 31% é abandonado a céu aberto. Entretanto, o Ministério de Meio Ambiente fez uma pesquisa analisando o lixo e os aterros de 91 cidades brasileiras onde constatou que o potencial energético a partir do gás metano produzido por esses 91 aterros é o suficiente para atender a 6,5 milhões de pessoas. No Brasil a falta de vontade política para solucionar o problema do lixo prevalece. Na maioria das cidades, não há estimulo para a coleta seletiva por parte do poder público.
A energia para produzir novos produtos, que não foram reciclados, vem em sua maioria das hidrelétricas. Para construí-las, alagamos áreas onde populações viviam há séculos. Acabamos com florestas que fermentarão debaixo da água, aumentando a poluição e mataremos inúmeros animais silvestres afogados. O pior é que geralmente não há indenização condizente com a perda de suas terras para os antigos moradores do local. Há até o Movimento dos Atingidos por Barragens, que luta por seus direitos, quase nunca respeitado pelos poderosos. Não há estimativas oficiais quanto ao total de pessoas atingidas por barragens no Brasil. Mas de acordo com o MAB - Movimento dos Atingidos por Barragens, hoje presente em 15 estados brasileiros, esse número chega a um milhão de indivíduos, dos quais cerca de 70% nunca teria recebido nenhum tipo de compensação, seja em forma de projetos de reassentamento ou de indenização financeira. Para Ricardo Montagner, membro da coordenação nacional do MAB, o número de afetados pode crescer consideravelmente em pouco tempo, levando-se em conta novos projetos previstos pelo governo federal. “Calculamos que cerca de 100 mil famílias devem ser atingidas nos próximos três ou quatro anos”, revela. Atualmente, cerca de um quarto da energia brasileira é consumida pela indústria de eletrointensivos – alumínio, ferro-gusa, papel e celulose –, num modelo de desenvolvimento questionado por Carlos Vainer, pesquisador do IPPUR/UFRJ - Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da Universidade Federal do Rio de Janeiro. “Estamos destruindo o nosso território para produzir energia para exportação, para atividades concentradoras de renda e que não atendem aos interesses da maioria da sociedade brasileira”, diz o pesquisador. A relativa baixa participação das eletrointensivas no PIB nacional e na geração de empregos, levando-se em conta o alto consumo de energia, são duas das principais críticas enfrentadas pelo setor.
Quanto se poupa com reciclagem: 1.000 quilos de papel = 20 árvores; 1.000 quilos de vidro = 1300 quilos de areia; 1.000 quilos de plástico = milhares de litros de petróleo - O plástico pode ser reciclado de sete a oito vezes e não perde as suas características e resistência; 1.000 quilos de alumínio = 5000 quilos de minérios - cada tonelada de alumínio reciclado economiza a retirada de 5 toneladas do minério de bauxita e 95% de energia.
Reutilização ou reciclagem do papel são algumas ações que você pode fazer para reduzir esses impactos ao meio ambiente. O simples ato de usar não só a frente, mas também o verso do papel para rascunho já dobra a sua vida útil. Além da economia no bolso, cada tonelada de papel economiza 20 eucaliptos. Considerando que uma pessoa use 100 folhas de papel por mês, se 1 milhão de pessoas decidirem usar o verso do papel, a cada mês serão preservadas florestas suficientes para recobrir 18 campos de futebol, e economizados 12 mil metros cúbicos de água - o suficiente para abastecer 806 mil famílias e poupada eletricidade para 10 mil residências. E tudo isso com um simples gesto de virar uma folha de papel do avesso.
No Brasil, são produzidos 125 mil toneladas de resíduos por dia. Só em SP são 15 mil t por dia. Você contribui com mais ou menos 1 kg de lixo por dia. A chave para a diminuição desses números está no próprio conceito de lixo, que é tudo o que não presta e que se joga fora. Grande parte do que normalmente recebe esse tratamento, no entanto, não é lixo. Embalagens plásticas, vidros, latinhas e até o papel do jornal que você já leu são matérias-primas importantes, que podem ser reutilizadas ou recicladas.
Outro erro é achar que o eucalipto, o pinus etc, enfim, a monocultura, resolve o problema da produção de celulose sem causar danos ao meio ambiente. Com um só tipo de vegetação, não há animais. Muitos não encontram as suas presas nestes locais, devido ao fato de não haver frutos para elas se alimentarem. Então, por que ficar lá? O consumo de água passa até a ser maior, devido a sede dessas florestas. As plantas nativas dão lugar a essas culturas e todo o tipo de vida desaparece. Nem para plantarmos uma rocinha dá mais. O eucalipto tem uma raiz que se aprofunda no solo, que só se arranca com trator usado para o destocamento, equipamento caro e, dependendo do relevo, com possibilidades limitadas de uso. A produção de celulose exige alto investimento em capital (modelo capital intensivo): para a produção de um milhão de toneladas de celulose/ano são necessários 100 mil hectares de eucalipto e um investimento inicial de US$ 1,2 bilhão. Porém, gera poucos empregos para a população rural. O reflorestamento deste tipo gera, no Espírito Santo e no Sul da Bahia, apenas um emprego para cada 185 hectares plantados. O censo de 2000 mostra que, no Uruguai, cada mil hectares de reflorestamento geram 4,5 empregos. Um dos problemas do reflorestamento é sua grande exigência de água, tanto para o desenvolvimento das florestas de pinus e eucalipto, como para o processo de produção da celulose. Na perspectiva mais otimista, estas plantas consomem por hectare a mesma quantidade da água da chuva que a terra recebe. Pesquisa realizada em 2005 na Argentina mostrou que em áreas de plantio de eucalipto, 53% dos rios e córregos diminuíram de volume e 13% secaram. O ecologista Augusto Ruschi, de saudosa memória (falecido em 1986), já denunciava no documento “Desertos de Florestas” que, no Estado do Espírito Santo, onde há grandes áreas reflorestadas “Se considerarmos que na região dos eucaliptais da Aracruz Celulose e da CVRD ou Flonibra a precipitação anual chega em média a 1.400 mm/ano de chuva (o que não é suficiente para o eucalipto), a diferença necessária de mais de 2.000 mm é retirada do solo e do subsolo, tanto pela função osmótica como pela função de sucção das raízes. Retira até mesmo do lençol freático o restante da água que necessita (...) na Austrália, pátria de mais de 400 espécies de Eucalyptus, só se pode plantar, em cada região, as espécies que nela são nativas”. Como se vê, há uma política ecológica para o primeiro mundo e outra para os países pobres. Um dado complementar mostra que na África do Sul, com seus 1.600.000 hectares de eucalipto, consomem-se duas vezes mais água com eles do que com o plantio de alimentos.
Os transgênicos? As pesquisas são todas direcionadas para propalar maravilhas dessa produção. Só que os resultados negativos, como alergias e doenças diversas, contaminação do solo, água e ar, são totalmente desconsiderados. Quando um animal come a planta transgênica, cheia de veneno, já que ela foi modificada para “agüentar” muito agrotóxico, pode contrair inúmeras doenças e seu predador, ao comê-lo, também terá os mesmos problemas. A Águia Real é uma das milhares de espécies que está em processo de extinção, muito em virtude da sua alimentação. O pior é que o capim e as pragas das lavouras vão adquirindo cada vez mais resistência ao veneno e, por isso, precisamos contaminar ainda mais para combater os seres indesejáveis. Fica mais caro e envenena tudo à sua volta. Reportagem da Revista do Idec – Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor - relata que, em pesquisa divulgada recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o uso de agrotóxicos e fertilizantes é apontado como a segunda causa de contaminação da água no país. “Algumas doenças, como alergias e câncer, são atribuídas aos resíduos de agrotóxicos nos alimentos”, continua a publicação. A propalada idéia da maior produtividade dos cultivos que usam adubos químicos e agrotóxicos e dos que se baseiam em organismos geneticamente modificados perdeu mais um round recentemente, quando a Embrapa Semi-Árido divulgou uma pesquisa, em parceria com a Universidade do Estado da Bahia - Uneb, revelando exatamente o contrário: que a produtividade no plantio orgânico pode superar a do sistema convencional. Não compre produtos transgênicos, como, por exemplo, óleo Lisa e Soya, que são livres de transgenia apenas para exportação. Para nós, o lixo! Por isso são mais baratos.
Uma das razões para isso está no dispêndio energético, mais vantajoso nos cultivos orgânicos. “Na agroecologia, o sistema energético é fechado. Todo o adubo tem que ser produzido na propriedade”, exemplifica Nodari. “Nos cultivos convencionais, o balanço energético, em geral, é negativo: a quantidade de energia que geram três toneladas de soja colhidas em um hectare, por exemplo, é inferior à quantidade de energia necessária para produzir os insumos e operacionalizar esse hectare de soja”. Outro fator favorável aos orgânicos apontado por Nodari diz respeito ao policultivo, sempre adotado neste sistema. “Mesmo que eu tenha uma planta de soja atacada por uma praga, ela não vai conseguir atacar o feijão, plantado ao lado”, diz ele.
A produção de gado, a monocultura, a exploração de minério, sempre com o aval do judiciário e das autoridades, danificam o meio ambiente e dá lucros enormes apenas para uns, enquanto a poluição, doença, devastação, desconforto etc são divididos para toda a população. É justo? Privatiza-se o lucro e sociabiliza-se o prejuízo. Aceitamos, mais uma vez, passivamente a isso – como sempre fazemos.
Outra forma de poluição, mais sutil, e por isso não levada tão em conta, é a sonora. Música alta, cachorros que latem sem parar, festas constantes e os ruídos provenientes de conversas, foguetes, tiros, trânsito, betoneiras, maquitas (ferramentas para cortar pedras), igrejas etc. Tem muitos inconvenientes no mundo, pessoas que não se preocupam se estão incomodando ou não. Alguns têm cachorros latindo o dia inteiro, muitas vezes durante toda a madrugada. Se os latidos não os incomodam, por que não colocam os seus cães ao lado de suas camas e se deleitam com os sons emitidos? Mas não! Eles colocam do lado de fora para incomodar os vizinhos. Outros ligam o som alto e não se dão conta que estão sendo incômodos. Muitos iniciam as suas festas após as 22:00 h. Igrejas ao lado de casa? Um horror! Alguns deuses devem ser surdos, pois como gritam alguns fiéis e pastores. E as festinhas, muitas regadas a gritos estridentes e fogos de artifícios, sem falar dos que têm armas e atiram diversas vezes em alguns alvos? Há os que têm sítio e acham que só por estar no mato não precisam respeitar os vizinhos, promovendo reuniões ruidosas em todos os fins de semana. Levam todo o infernal barulho da cidade para o mato e não respeitam o direito dos outros ao silêncio restaurador. Por não saberem observar e sentir os sons da natureza, não deixam que outros usufruam do canto dos pássaros, da lufada do vento, do farfalhar das folhas das árvores, do correr de um riacho. É fumaça de cigarros, de churrasqueira, ruídos, conversas, música alta, a todo o momento, interrompendo a contemplação alheia. Lei do silêncio não é mais das 22:00 h às 06:00 h. O silêncio tem que imperar durante todo o dia ou teremos determinado horário e licença para perturbarmos os outros?
Consumo exagerado? Se todos consumissem como os americanos, precisaríamos de 13,5 planetas. Não consumir é uma das chaves de proteção à nossa Casa maior. Estragou, consertou! Não troque sempre de celular, não descarte tão rápido o seu computador (um dos maiores problemas ambientais, pois produzem montanhas de plásticos e substâncias químicas poluidoras que são jogados no meio ambiente, que escorrerão para os lençóis freáticos, se ainda existirem nas proximidades). Quando reclamamos do belicismo dos EUA, digo que eles têm razão em invadir países, roubar as riquezas, matar e estuprar, já que eles são superiores e têm armas. Eles fazem com os povos menos armados o que fazemos com os animais. Nós não os assassinamos por termos armas também? Não nos consideramos superiores em relação a eles? Bom, de certo modo somos superiores em inteligência, mas será que a raça humana é tão inteligente assim, já que polui a água que consome, contamina o solo em que pisa, envenena o ar que respira e enche de agrotóxico os alimentos que come? Isso sem falar que seqüestra, mata, guerreia, briga, fofoca e destrói tudo sem se importar, sempre visando lucro, status, poder e conforto. Por isso, ao consumirmos os produtos desse povo bárbaro e belicista, estaremos fazendo com que eles se armem ainda mais, já que o nosso dinheiro vai para os seus bolsos e para a produção de armas, incentivando-os a se voltarem contra nós, invadindo nossos países. Nada de Coca-Cola, Mc Donald`s, viagem à Disney e Miami. Não usem Microsoft e, sim, Linux, que é de graça.
Por que ao invés de cimentar nossos terreiros não plantamos árvores? Além de não impermeabilizarmos o planeta, provocando mais inundações, ajudaríamos a limpar o CO2 da atmosfera, já que as árvores também se alimentam da poluição, transformando-a em carbono que está presente em sua madeira. Quanto mais árvores estiverem crescendo, mais poluição estará sendo capturada pelas árvores. Se cada habitante plantasse uma árvore, teríamos mais de 6,5 bilhões delas a ajudar-nos a despoluir o mundo.
Hoje trabalhamos mais para termos dinheiro e descobrirmos novas tecnologias para termos mais tempo livre. Só que gastamos o nosso dinheiro e tempo livre tentando nos livrar das doenças oriundas dessa loucura. Não seria melhor vivermos bucolicamente, sem a necessidade de tantos bens materiais, com mais água, árvores, animais, alimentação mais saudável e ar puro? Isso tudo é igual a menos doenças, stress, saúde e paz. Eu até hoje resisto à compra de um celular, pois estaria criando mais uma necessidade e preocupações para mim e essas já tenho em demasia.
E as pessoas que reclamam que perderam tudo na enchente, que reclamam do calor, dos insetos e doenças, têm razão? Talvez, mas onde está a floresta que segurava isso tudo? Realmente não dá para não desmatar, já que tudo que usamos vem da natureza, mas pode ser com sabedoria e sem a ganância de lucros enormes. Temos que pensar nas gerações que virão, minhas filhas e seus filhos e netos. Ou, então, eles é que pensarão em nós com enorme desgosto.
Vejam que interessante o artigo de João Luis de Freitas Valle (*) * É economista, consultor de empresas, fotógrafo e ecologista atuante, vinculado à ONG Roots & Shoots. jvalle@sunny16.com.br Este endereço de e-mail está sendo protegido de spam, você precisa de Javascript habilitado para vê-lo
Levamos em torno de 400.000 anos (data estimada para o aparecimento do Homo Sapiens) para atingirmos 1 bilhão de indivíduos. Porém, somente 200 para sextuplicar este número. A previsão é que por volta do ano de 2050 a população cresça 50%, indo para 9 bilhões de pessoas. Entre os anos de 1960 e 2002/2004, a produção agrícola per capita aumentou 33%. O consumo per capita de carne e papel aumentou respectivamente 90% e 108%. E o consumo individual de calorias passou de pouco mais de 2200 para 2800 calorias diárias. O resultado disso é que o ser humano na média está vivendo melhor, tendo computadores, celulares, menor índice de mortalidade e maior expectativa de vida. Porém, este movimento de melhoria de nosso padrão de vida fez com que sextuplicássemos o número de habitantes nos últimos duzentos anos, poluindo rios e mares e devastando o nosso meio ambiente, a ponto de pormos a Terra em estado de colapso. O que afirmo é não dá para mantermos o nível de consumo de recursos que temos atualmente com 6, 7 ou 8 bilhões de pessoas. Cedo ou tarde teremos que fazer a difícil escolha entre diminuir a população ou nosso padrão de vida, com tudo que isto representa. Contudo, existe ainda outro fator agravante. Este consumo desenfreado não está sendo igualmente distribuído entre os países. O nível e a qualidade do consumo dos países de primeiro mundo são muito, muito maiores do que os países em desenvolvimento. Países como os Estados Unidos, Europa, Japão e China consomem muito mais recursos do que possuem, tendo que por isso importar tais recursos de outros países. Estados Unidos e Europa consomem 65% dos combustíveis fósseis, e 47% de todo gás natural produzido no mundo. As emissões de CO2 nos países desenvolvidos atualmente são de 11 toneladas por pessoa - em contraste as dos países em desenvolvimento, de somente 1,8 toneladas per capita. Estes fatos nos mostram duas histórias. A primeira é que está ocorrendo atualmente uma das maiores, senão a maior injustiça de todos os tempos, onde um pequeno grupo de países está usurpando o direito dos demais a um mundo limpo, preservado e despoluído. A segunda é que este excesso de consumo bloqueará o acesso dos países em desenvolvimento ao primeiro mundo. Uma lição preciosa vem do passado, onde civilizações também entraram em colapso. Segundo o fisiólogo Jared Diamond em seu livro “Colapso”, todos estes países seguiram a mesma cartilha para destruição: consumo e esgotamento de recursos, crescimento populacional, devastação (não só ambiental, mas em todas as suas formas, como guerras, convulsões sociais, migrações maciças, etc...) e extinção. Países outrora desenvolvidos como os maias, os habitantes da ilha de Páscoa, os groelandenses, entre outros povos, virtualmente sucumbiram à falta de recursos. Neste nível, denominado colapso, sua população atingiu um nível máximo e o nível de recursos, o mínimo. Neste cenário, houve em todos os casos, principalmente entre os groelandenses, o colapso total e a extinção de todos os habitantes da sociedade. Porém, existiram casos de sociedades que conseguiram achar uma solução para o binômio consumo de recursos versus aumento de população. A ilha de Tikopia, uma ilhota no Pacífico completamente isolada, conseguiu nos últimos três mil anos sustentar uma sociedade de 1200 pessoas sem destruir a natureza. A chave para isto foi uma administração eficaz de recursos e principalmente o controle (às vezes de forma cruel) da natalidade. Outros casos de sustentabilidade ambiental e social foram os povos das terras altas da Nova Guiné e o Japão.
Se analisarmos os cinco países com maior índice de desenvolvimento humano em 2003 (Noruega, Islândia, Austrália, Luxemburgo e Canadá) veremos que todos têm fatores em comum: Estrutura de estado e serviços públicos compatível com o número de habitantes - Baixa concentração de renda. Alto nível sócio econômico da população que se traduz em um alto nível de bem estar per capita. A economia do país é baseado em uma gama de produtos com alto valor agregado, como bens manufaturados, serviços e alta tecnologia. Normalmente estes países possuem um alto volume de importação de produtos básicos, matérias primas e alimentos. Porém, o segredo mais importante: “Balanceamento”. Estes países conseguiram efetuar o equilíbrio entre a oferta de bens e serviços e o número de pessoas que usufruem deles. Normalmente não têm a maior economia e nem são os maiores consumidores de recursos. O foco principal destes paises é o bem estar de toda a sua população. Provavelmente se o Canadá adotasse 100% do modelo consumista dos EUA, ele com certeza não estaria com o quinto melhor IDH.
Como poderemos tirar o coelho da sustentabilidade da cartola, respeitando as características e o grau de desenvolvimento de cada país? Portanto, a melhor solução sob meu ponto de vista será reduzir o consumo de recursos através da redução da população. Ou seja, se conseguirmos achar uma forma de equilibrar a população atual e seu consumo de recursos, conseguiremos não só desacelerar, como possivelmente reverter o processo de devastação atual.
Um dos mecanismos pelos quais poderemos fazer isso será reduzir o número de pessoas levando em conta o grau de consumo real daquela população. Desta forma, se fizermos um planejamento populacional contando com uma redução global de 10%, ponderaremos este percentual de forma que países que consumam mais recursos tenham uma redução populacional proporcionalmente maior. A grande força desta solução é que ela inibirá o consumo nos países desenvolvidos através da redução da população e a exploração de recursos nos países em desenvolvimento através da redução de demanda. Além disso, esta solução é extremamente flexível e abrangente. Poderá ser aplicada tanto regionalmente (pense no caso da cidade de São Paulo em relação ao estado ou no caso de um bairro em relação à cidade), como globalmente.
Algumas pessoas me falam que caso um plano como este fosse implementado, o mundo mergulharia em recessão durante várias gerações. O que eu costumo responder é que, caso a população e seu consumo não se reduzam, o mundo entrará em colapso para sempre. Ou voluntariamente decidimos reduzir cada vez mais nosso padrão de consumo à medida que a população aumenta, ou teremos que reduzir o número de pessoas consumindo. Penso que, por mais utópica que esta proposta soe, será muito mais difícil convencer uma pessoa a ter menos carros, celulares ou alimentos não essenciais do que fazer um programa de redução da população. Por outro lado, nunca tivemos tantas facilidades para sobrevivermos. É só olhar o estágio da medicina, da tecnologia, da educação e assim por diante. Temos que ter em mente que quase todos os imensos desafios que enfrentamos no decorrer da evolução humana foram sobrepujados. Caso consigamos manter o número de pessoas e o seu consumo sob controle, garantiremos um futuro brilhante para todo o mundo. Literalmente.
Ainda precisamos comer carne? Até os caninos em nossa boca estão sumindo, não só porque temos faca e garfo, mas por não precisarmos mais desse tipo de alimento. Quando morávamos em árvores, precisávamos consumir muita proteína para que nosso cérebro crescesse e tivéssemos mais inteligência. Hoje não mais, pois não somos nômades como outrora e já sabemos a ciência da produção de vegetais. Para adquirir proteína da carne, coloram os seus pratos com vegetais e legumes diversos. A carne nos dá diversos tipos de câncer, colesterol alto, gota, enfarto, entupimento de veias, torna-nos violentos e depressivos, ou vocês pensam que os animais ao serem mortos não produzem substâncias deletérias que ficam impregnadas em suas entranhas e que passam para nós? Além do mais, a sua digestão é bem mais difícil do que quando ingerimos vegetais. Ao sairmos de uma feijoada ficamos até letárgicos, ao contrário quando nos alimentamos com mais critério. Se comêssemos só vegetais não precisaríamos de tanto remédio. Somos iguais a peixe, morremos pela boca.
E os animais, esses sofredores? Ninguém para defendê-los, coitados? Isso é um capítulo à parte. Eles não têm como se defender. Quando pondero que os animais também sentem dores, têm tristeza, gostariam de continuar vivos com os seus filhos e famílias, dizem que eles nasceram pra isso. Não acredito, pois penso que nada nasceu apenas para morrer instantaneamente. Até a aleluia (o cupim) vive em média 2 horas. Quando vou ao mercado em época de Natal dá até vontade de chorar, ao ver milhares de leitões que não tiveram o direito à vida, sendo mortos com menos de 2 meses – pelo menos viveram mais do que as aleluias, dirão vocês, só que estas últimas cumpriram o seu ciclo de vida, com o mesmo não ocorrendo com os suínos. Aliás, estes deram um azar enorme. A carne deles caiu no gosto dos humanos e por isso são violentamente mortos. O que a maioria não sabe é que eles estão seguramente entre os animais mais inteligentes do planeta. Rivalizam até com os golfinhos. Aliás, no Natal é quando se matam mais animais. Eta espírito natalino porreta!
Dizem que comer carne é coisa de Deus. Pondero que Deus não apareceu para nenhum ser humano falando isso, dizendo que podemos causar sofrimento a eles. Quando dizem que desde que o mundo é mundo se come carne, devolvo na mesma moeda. Se for assim, desde que o mundo é mundo temos guerra. Logo, guerra também é coisa de Deus, haja vista que muitas guerras se travam em nome do Todo Poderoso. O pior é que criamos o bicho, damos nome para ele e, após, o vendemos ao açougueiro. Quando foge para o mato, escondendo-se, vamos até ele (olha a alegria dele ao nos ver) e vamos empurrando-o em direção ao açougueiro dizendo: “Já o vendi e não posso fazer mais nada”. Temos realmente bons corações. Dizemos que podemos matar e comer os bichos porque somos superiores. Se há uma raça superior em relação à outra, então Hitler tinha razão, não? A gente é tão cruel que quando os bichos estão com a doença da vaca louca, gripe aviária ou outras, simplesmente matamos milhões deles, mesmo que a doença não lhes faça tanto mal assim, mas apenas para saciar o nosso instinto cruel e a nossa sede de sangue. Por que não os deixamos vivos. Se for assim, quando o ser humano estiver gripado ou com Aids, temos que matá-lo também.
Quando matamos um boi – e é assim na maioria dos lugares, bem artesanal o seu assassinato -, desferimos inúmeras pancadas com machado, marretas etc em sua cabeça, quebrando chifre, cavidade ocular, dentes, rasgando olho, orelha, focinho e deformando toda a sua cara. Quando finalmente cai, enfiamos, sem dó, o facão no seu peito, mas nem sempre acertamos o coração. Assim, enfiamos mais facadas, mais facadas até que comece a sangrar em profusão, deixando-o vivo, agonizando, para o sangue sair lentamente para não encher a carne de bactérias. Depois, muitas vezes, já arrancamos o seu couro com ele ainda vivo. Não é legal o nosso ato? Com os porcos não há muita diferença. Vivem em cubículos e ao morrerem tomam “n” facadas até que sejam tosquiados vivos ou jogados na água fervente para arrancar suas peles. As galinhas, coitadas. Vivem em jaulas diminutas com 20 h por dia de luz em cima, para ficarem acordadas, comendo, até chegarem no ponto (vão viver apenas 2 meses) de “abate”, eufemismo para assassinato. Suavizamos as palavras porque assim é mais elegante. Não podemos falar e nem ver o que fazemos para podermos dormir com a consciência tranqüila. Alguém visitaria um matadouro para ver a sua bela obra? E, se o fizesse, teria o sono dos justos? Muitos morrem de dó, mas na hora do churrasco... “Ah!, não quero falar disso não, me dá nojo! Você é radical e inconveniente”. Decerto têm razão, pois destruir tudo à nossa volta é bem mais coerente e menos radical, não? Aliás, fazendo uma digressão, sou sempre chamado disso. Só porque gosto de heavy metal e não gosto de ouvir sertaneja, música da Bahia, axé, funk etc. Ninguém é obrigado a ouvir a minha música, mas eu tenho que aturar a de todos. Não vou a diversos barzinhos ou boates, principalmente, por causa de cigarros, mas também em virtude da trilha sonora de, para mim, gosto muito duvidoso. “Você é radical!”, continuam a dizer. Quem sabe não tenham razão e eu deva ser obrigado a contrair ainda mais doenças, como, por exemplo, câncer e enfisema, ficar fedendo e outras coisas legais do tipo. Se não assisto aos filmes em cartaz, se não uso a roupa da moda, se não dou presente ou parabéns quando os outros comemoram seus aniversários (dou os parabéns quando passam em concurso ou fazem obras meritórias ou alguma outra atividade que requeira esforço próprio), se não chamo as autoridades de doutores (a grande maioria sem doutorado), se não dou dinheiro para festinhas de chefes, se não desejo Feliz Natal e Feliz Ano Novo, sou radical e insociável. Penso não ser apenas mais uma “Maria-vai-com-as-outras”, mais um anônimo na massa de manobra. Se luto contra injustiças e para isso tenha que sofrer inúmeras conseqüências assaz desagradáveis, continuo sendo radical, mas com a consciência bem mais limpa do que muitos que se acovardam e não saem do seu lugar-comum, calmo e confortável, mesmo que para isso tenham que se anular.
Não percam o entusiasmo logo agora que estamos chegando ao final. Continuem a ler, só mais um pequeno esforço e estaremos acabando. Afinal, vocês já chegaram até aqui. Não me decepcionem.
Voltando às galinhas, quando estas querem comer o grão maior da soja e do milho, elas têm os seus bicos queimados até à metade, para que eles não funcionem como pinças, evitando-se que comam apenas os grãos maiores e, sim, a ração que engorda rápido. Os seus pintinhos machos são jogados, vivos, em liquidificadores gigantes para virar ração para a própria mãe (ou virar caldo knor – knor é melhor, não é mesmo?). Assim começa a gripe aviária, a doença da vaca louca etc. As lindas codornas macho são atiradas em sacos de lixo e, quando estes estão cheios, são lacrados à espera do lixeiro. Divino! E os cães em diversos países? São jogados vivos em água fervente e mantidos vivos. Depois, têm suas peles arrancadas, vivos também e muitos ainda têm as quatro patas quebradas e amarradas para trás, para que sintam dores e liberem adrenalina, melhorando o sabor da carne. Legal, né? Os cavalos são outros desvalidos da sorte. Trabalham a vida toda e quando estão velhos demais para carregar peso, vão para abatedouros, onde têm as suas pernas cortadas, apanham para que saiam correndo só nos toquinhos, a fim de suarem, retirando o gosto ruim da carne, para que virem deliciosos salames, mortadelas e embutidos diversos da Sadia e Perdigão. Delícia! O que dizer então do Baby Beef, um bezerro, macho, que certamente não produzirá leite. Por isso terá o seu castigo exemplar e ficará confinado em um espaço exíguo, onde nunca dará um passo, não se sentará – pois não tem espaço para isso -, não verá a mãe, o sol e se alimentará apenas de leite pobre em nutrientes e ferro, para que fique bem anêmico, mantendo a carne branquinha e macia, para que em duas semanas... esteja sendo um sucesso nos restaurantes caros. Como também o foie gras, que é quando empanturramos os gansos de milho, enfiando um funil gigante em sua garganta até que ele dê vômitos, fazendo com que o seu fígado se inflame. Quando isso acontece, pegamos esse órgão e fazemos a fina iguaria. Caríssima e deliciosa. O resto jogamos fora.
Entretanto, do mesmo modo que a culinária é uma arte tão sofisticada, ela também abre espaço para o exercício da crueldade. Hábitos absolutamente bárbaros, nojentos até, se infiltram sorrateiros nos cardápios e nas cozinhas mais respeitadas do mundo. Carnes sangrentas, dignas de um Conan, O Bárbaro, ostentam sua feiúra e vulgaridade nos pratos de porcelana pintada à mão. Pessoas feias e insensíveis fazem cara de "gourmets" enquanto limpam seus lábios tintos de sangue em finos guardanapos de linho. Mas, de todas as grosserias jamais criadas pelo homem em suas peripécias culinárias, de longe se destaca o foie gras. Acho que, em termos de comida criminosa, o patê de fígado de ganso doente só se equipara aos horrores da vitela -- quem pode negar o mau gosto de se devorar pedaços de filhotes anêmicos? E o pior é que chefs de cozinha empregam seu talento e imenso potencial na criação de pratos que levam esses horrores criminosos como principais ingredientes... O fruto da tortura e da morte cruel não pode ser saboroso: ele é, em essência, repugnante e aversivo. Está em suas mãos fazer uma opção pela vida - a natureza oferece uma infinidade de frutas, grão, legumes, verduras e hortaliças, lindas, refinadas, saborosas. As fragrâncias vegetais são tão mais aprazíveis que o cheiro adocicado de sangue... Há um leque infinito de nuanças de sabores vegetais que esperam para serem exploradas, compreendidas, transmutadas pelas mãos de "culinartistas" ousados e competentes. O gosto da morte é repulsivo. Se tentarmos imaginar essa dor e sofrimento, então chegaremos perto de compreender a agonia pela qual passam aproximadamente 10 milhões de gansos e patos a cada ano, antes de serem mortos para satisfazer os paladares "refinados" dos seres humanos que consomem 16.800 toneladas de seus fígados em todo o mundo (em 1998). A França é a maior produtora com quase 80%; depois vem a Hungria, Espanha, Israel e outros países como EUA, Bélgica, Bulgária e Romênia produzindo o restante. Durante os vários dias de alimentação forçada, esses patos e gansos são mantidos em pequenos compartimentos. Isso torna mais fácil para os funcionários agarrarem as aves pelo pescoço e inserirem funis e tubos metálicos de alimentação pela garganta abaixo. Quando comemos demais, sentimos necessidade de levantar da mesa e nos movermos para uma posição mais confortável. Esses patos e gansos não têm nem mesmo esse privilégio. Eles mal podem se mover, o que aumenta ainda mais o seu desconforto. As aves se debatem para se afastar desses "alimentadores" toda a vez que os vêem, mas seu confinamento impede esse esforço. Os funcionários pegam os gansos ou patos um de cada vez, os prendem e os forçam a abrir seus bicos para introduzir um cano de metal de 20 a 30 cm que vai até o estômago. Então eles acionam uma alavanca que bombeia a ração de milho direto ao estômago da ave. Cada ave é forçada a ingerir até 3,5 kg de ração por dia. Em alguns casos os funcionários colocam um anel elástico apertado no pescoço da ave para o caso de ela tentar regurgitar a ração. Isso ocorre de 3 a 5 vezes por dia. A ração é composta de milho cozido e às vezes inclui gordura de porco ou de outros gansos com sal. Esses 3,5 kg de ração para os gansos seriam o equivalente a um humano ser forçado a comer 12,5 kg de macarrão por dia. Para aqueles que ainda podem estar duvidando, essas criaturas sentem medo e dor. Depois de 4 semanas de alimentação forçada, os patos e gansos são abatidos (???). Na maior parte das vezes, seus fígados estão inchados de 6 até 12 vezes o tamanho normal - formando massas pálidas e inflamadas do tamanho de melões em vez de órgãos firmes, pequenos e sadios. Os animais assim ficam com dificuldades de andar e respirar de tanta dor por ter um fígado inchado. Quem já teve problemas hepáticos sabe do que falo. E não precisa muita imaginação para perceber que toda essa alimentação forçada pode causar outros danos físicos também. Em um estudo realizado em uma "fazenda", quase 10% de todas as aves morriam com o estômago rompido, com alimento entrando no pulmão ou por doenças e infecções causadas pelos tubos de alimentação sujos. Um veterinário que acompanhou uma investigação na Commonwealth Enterprises disse que "todos os patos exibiram sinais de doenças. Muitos deles estavam incapacitados para andar ou ficar sobre seus pés. Alguns exibiam deformações dos bicos". Um outro afirmou que "a alimentação forçada pode machucar a boca e o esôfago ... as aves parecem estar doentes; seus olhos estão embaçados e suas penas desalinhadas". Um terceiro veterinário que acompanhou a polícia notou que "nenhum dos patos estava tentando limpar suas penas. Somente patos extremamente doentes e estressados deixariam sua plumagem se deteriorar ao ponto visto nessa filmagem". Um patologista de animais selvagens do estado de Nova Iorque que examinou os patos da Commonwealth declarou que "se esse tipo de coisa estivesse acontecendo com cães, seria interrompida imediatamente". Ele expressou horror diante dos "fígados extremamente inchados, produto da alimentação excessiva à força (os fígados são facilmente rompidos pelos menores traumas)" e diante de um dos patos que tinha "uma laceração do fígado com hemorragia interna. Esse tipo de tratamento e método de produção de aves está fora das normas de agricultura e tratamento sadio dos animais". Quarenta e três veterinários de Nova Iorque assinaram uma declaração de que a produção de fígado de ganso deveria ser banida porque o "foie gras" nada mais é do que uma lipidose hepática, uma doença do fígado: "Animais sob essa condição devem se sentir extremamente mal ... a produção de foie gras, por definição, constitui uma evidente crueldade animal". A produção de fígado de ganso já foi banida na Alemanha, Dinamarca, Noruega e Polônia. Apenas os patos (machos) são usados para fazer o patê - eles produzem fígados maiores e são considerados mais capazes de resistir às 4 semanas de tortura. As patinhas fêmeas são tratadas como lixo - literalmente. Normalmente os funcionários entulham as patinhas em sacos de nylon. Os sacos são amarrados e jogados em latões com água escaldante. Os funcionários matam as sobreviventes esmagando suas pequenas cabeças contra as bordas do latão. Essa é uma indústria extremamente cruel e desumana, e nós, como consumidores que compramos e comemos seus produtos, precisamos parar de sustentá-la. Já é tempo de sermos mais compassivos com os seres que estão à nossa mercê. O patê de fígado de ganso faz engordar e adoecer, da mesma forma que as infelizes aves torturadas para essa produção. 85% das calorias do patê são gorduras - mais de duas vezes o de um hambúrguer! O cardiologista David T. Nash adverte "essa gordura é em grande parte ácido palmítico, gordura saturada conhecida por aumentar o colesterol".
Temos também as cobaias de laboratórios, que sofrem todo o tipo de horrores. Progresso à custa do sofrimento de outros seres é moral? Como dizem, “caridade com o chapéu dos outros é fácil”. Vão ser cobaias vocês! Por que não usamos os presos irrecuperáveis para testar os cosméticos, as vacinas, os alimentos, as próprias doenças e limites do corpo humano, ao invés dos animais? Afinal, quem precisa de batom, rímel, tinturas, desodorantes, diversas outras perfumarias e anticorpos para inúmeras doenças não são necessariamente os coelhos, macacos, porcos, ratos etc, não é mesmo? Não seria mais lógico? Assim, pelo menos, eles teriam alguma utilidade, ao contrário de apenas armarem rebeliões, seqüestros e assassinatos. E os outros animais aprisionados, não é triste? A alegria do homem ao ouvir um canto do pássaro na gaiola é a tristeza deste. Muitos chegam a me falar que a gaiola é espaçosa e o pássaro vive muito bem ali. Retruco (para variar) que se a gaiola é condizente com um animal que precisa voar milhares de quilômetros, então as nossas casas e prisões deveriam ser de, no máximo, 1,00x1,00 metro quadrado. Afinal, não percorremos tantas distâncias assim, a exemplo dos nossos irmãos alados. A título de ilustração, sabiam que as gelatinas (aquelas iguarias coloridas e molinhas) são produzidas usando-se ossos, peles e tendões dos bois, que são fervidos até se desmancharem? De-li-ci-o-so!
E os casacos de pele? Mais um sentimento dos humanos (principalmente das madames riquíssimas e fúteis) que deveria ganhar medalha de honra ao mérito. Matam-se os animais apenas para se tirar a pele. Isso quando matam. Há ocasiões em que os animais têm as suas peles arrancadas e são deixados vivos, até morrerem de forma cruel, aliás, vamos aplicar um superlativo absoluto sintético digno da capacidade humana de fazer o mal, de forma crudelíssima. Muitas vezes os caçadores deixam suas armadilhas e, quando um filhote é pego em uma delas, tendo a sua perna presa, a sua mãe fica em desespero tentando libertá-lo e no auge do seu sofrimento acaba por amputar a perna do seu rebento para que ele se livre da tortura. Neste ponto, quero parabenizar a Gisele Bündchen, a famosa modelo brasileira. Ela já participou de vários desfiles de modas usando casacos de pele. Perguntada se isso não era uma forma de disseminar a crueldade, ela simplesmente declinou a culpa (como nós também fazemos em relação à sorte dos animais que comemos), dizendo que ela não mata e se os outros fazem roupas com peles e pedem-na para desfilar, ela apenas desfila. Lindo e generoso da parte dela. Ela tem razão - e um excelente coração -, pois precisa amealhar mais alguns milhões de dólares, mesmo à custa de muito sofrimento alheio. Ela poderia fazer muito para acabar com essa prática, mas, ao invés disso, apenas contribui provocando mais dores, da mesma forma que os caçadores, torturando e assassinando mais animais inocentes. Em cada 10 animais silvestres aprisionados para contrabando, cerca de 90% perecem antes de chegarem ao seu destino também cruel: gaiolas lindas para exposição em zôo particulares. Quem deveria estar nas nessas gaiolas não são os animais capturados.
E o que dizer das atrocidades com os animais de circo e rodeio? Um urso, por exemplo. Ele tem os seus pais mortos e, então, é levado embora da vida selvagem. Para que fique dócil e obediente, os bondosos seres humanos colocam uma argola atada a uma corda no seu focinho, que é a parte mais sensível dele. Como qualquer puxão provoca dores lancinantes, o pobre urso é obrigado a obedecer aos comandos dos seus algozes. Para aprender a dançar, outra maravilha humana: os animais são colocados sobre brasas. Imaginem que delícia. E os cavalos nos rodeios, que têm uma cilha amarrada na genitália? Os organizadores dos torneios (???) e os vaqueiros dizem que não dói. E se fizéssemos o contrário, colocando a cilha nos seus testículos? Com certeza seria prazeroso e divertidíssimo. Ficaria parecido com o Coliseu.
Os chineses aprisionam os ursos em gaiolas diminutas e ligam fios elétricos em seus corpos, a fim de extraírem bile dos mesmos, através de choques fortíssimos. Sabem para quê? Para fazerem afrodisíacos. Devido à posição sempre deitada, não podendo se mexer, quanto mais virar os seus corpos, esses animais são acometidos de câimbras e dormências durante o resto de sua maldita vida. Se caminhamos para a evolução, se tudo evolui, como podemos voltar no tempo e praticar atos que caracterizavam os povos primitivos, nos tempos da barbárie? Ademais, extrair bile de um ser vivo sob tortura, a pretexto de conseguir um elixir para impotência sexual, é inaceitável, para mim. Desde quando qualquer parte de um ser vivo que é submetido a sofrimentos atrozes pode ser de valia a outrem? Será que os chineses, ditos como conhecedores dos mistérios da vida, não conseguem observar que o fruto dessa extração se transformou em veneno? Essa secreção está plasmada de medo, dor, sofrimento e desesperança e em nada vai ser útil a um ser humano. Eles condicionam livrarem os animais da escravidão e tortura só quando outra substância for encontrada para esse fim, mas, se não a descobrirem, continuarão insensíveis à dor alheia? Causa-me asco e desprezo esse comportamento.
Com certeza nós devemos falar, bem demagogicamente: "Eu não mato. Quem mata são os outros". Lindo e maravilhoso esse ato e pensamento de Pôncio Pilatos. Lavamos as nossas mãos e não as sujamos com o sangue de milhares de seres vivos que não deixamos viver. Parabéns! Somos realmente muito úteis ao planeta e temos a virtude e compaixão inerentes ao ser humano: destruir, matar e guerrear. Ninguém quer assumir a sua belíssima obra de sofrimento e nem visitar um matadouro. Sem ver, a consciência fica limpa e dormimos felizes e tranqüilos, enquanto os animais são torturados, estripados e esquartejados. Hoje os animais não têm inteligência e nem alma, separamos os filhos de pais e irmãos, maltratamos todos eles, tal e qual era feito com os escravos, que até há pouco mais de 100 anos também não tinham alma, pois eram mercadorias. Mas se nós não os comêssemos, outros não os matariam, pois não teria demanda. É uma cadeia cruel em que ninguém é inocente. Já há pesquisas vinculando o consumo de sangue com a violência. Se eu pago alguém para matar uma outra pessoa e se esta é presa como assassina, eu também não deveria ser preso pelo mesmo motivo? Ou eu não matei? Da mesma forma com os bichos: se falo para o fazendeiro que pode queimar as florestas e matar o bicho que eu como, não sou eu quem estou matando? Há diferença entre os dois atos? A propósito, se eu defendesse o direito dos escravos há pouco mais de 100 anos, diriam que eu era radical e incoerente. Hoje ocorre o mesmo com os animais, muitos não aceitam que eles também tenham direito à vida. Se os matadouros (ou assassinadouros) tivessem as paredes de vidros, ninguém mais comeria carne. Mahatma Gandhi disse certa vez que “A grandeza de uma nação e de seu progresso moral pode ser julgado pela maneira com que seus animais são tratados”.
Tem pessoas que ficam indignadas com a matança das foquinhas no Canadá, mas, sinceramente, não entendo o porquê. Como dizem os agentes de turismo, é apenas um novo tipo de esporte de inverno e uma forma corriqueira dos turistas se divertirem. Alguns ainda levam as peles para casa, um souvenir após uma viagem não é nada mal. Já outros, mais profissionais, vendem-nas. Qual a diferença entre o que acontece com essas focas e o que ocorre com os bois, frangos, porcos, patos etc? Só porque as primeiras são mais bonitinhas? Para mim não há diferença nenhuma. Todos esses seres vivos sentem – muitas – dores e sofrem em demasia. Antes de se lamentarem pela morte de milhares de animais - algo corriqueiro, pois acontece diariamente – olhem para os seus pratos e pensem nisso na hora de se alimentarem. Ou, então, esqueçam-se das focas e nem lamentem a forma cruel e violenta com que são “abatidas”, pois na fala dos canadenses isso é esporte. Este é, entre muitos, o principal motivo pelo qual bani qualquer pedaço de “cadáver” em minha alimentação, que nada mais é do que um animal que tinha todo o direito de continuar vivendo entre nós.
Sou vegetariano (aposto que ninguém percebeu isso) em primeiro lugar pelos animais e depois pelo planeta. Minha mulher ainda dá um pouquinho de carne para as minhas filhas de 2,4 e 3,6 anos, à minha revelia. Mas já disse a ela que é só elas crescerem um pouco que as levarei para um lindo passeio a um matadouro. Quero que elas tenham consciência do sofrimento que causam às outras espécies. Quando minha mulher fala que podemos dar carne para elas agora e quando elas forem mais velhas decidirem por conta própria se páram com isso, concordo e digo que darei cigarros e bebidas também. Já que é tão fácil tirar certos costumes arraigados, quando forem mais velhas elas decidirão se querem continuar ou não com a prática do vício. Por falar nisso, vejam o vídeo “A carne é fraca”, produzido pela Ong Instituto Nina Rosa.
O consumo consciente, cada vez mais recomendado como basilar na preservação dos recursos naturais, também passou a preconizar a adoção de hábitos alimentares mais ligados à terra dos que às indústrias. Recentemente, o Instituto Akatu, referência neste tema, divulgou reportagem sobre um estudo acadêmico, feito nos Estados Unidos, a partir do qual se comprovou que os hábitos alimentares têm relação direta com a "saúde" do planeta. De acordo com a pesquisa, adotar uma dieta vegetariana é uma forma simples de consumir sem agredir o meio ambiente, enquanto que hábitos alimentares com predominância de comida industrializada e rica em proteína animal contribuem diretamente para um dos problemas ambientais que mais ameaçam o mundo: o aquecimento global. Ainda segundo a reportagem, a pesquisa mostra que a produção, a estocagem e a conservação de alimentos enlatados, embutidos e fast-food - todos com processamento industrial - é responsável por cerca de 20% da queima de combustíveis fósseis (derivados do petróleo) nos EUA. Assim, a dieta típica dos norte-americanos emite gases de efeito estufa em quantidade equivalente a um terço da emissão de todos os carros, motos e caminhões do país. Os transportes são apontados como o segundo maior causador do superaquecimento do planeta, ficando atrás das queimadas para pastagens. Gidon Eshel e Pamela Martin, os autores do estudo, comparam as diferenças entre uma dieta vegetariana e outra composta por produtos industrializados - em relação à poluição gerada na sua produção - às mesmas existentes entre um carro de passeio e um jipe utilitário. Eles alertam que a capacidade de destruição do meio ambiente de uma dieta como a dos norte-americanos é tão grande quanto à do setor dos transportes. Mas ressaltam que pequenas mudanças nos hábitos alimentares das pessoas podem ter um impacto positivo muito grande. "Se cada um que come dois hambúrgueres por semana cortasse essa quantidade pela metade, a diferença já seria substancial", disse Eshel, professor-assistente em ciências geofísicas, ao jornal da universidade. As conclusões do estudo incluem a classificação de alguns tipos de dieta conforme a quantidade de gases de efeito estufa emitidos em todas as etapas da produção. Os resultados são algumas vezes surpreendentes: em primeiro lugar, como a que menos impactos traz para o equilíbrio climático da Terra, ficou a alimentação vegetariana (inclui ovos e derivados de leite), especialmente a composta de alimentos orgânicos. Em seguida, vem a dieta com base em carne de aves. Em terceiro lugar, vem a alimentação industrializada típica dos norte-americanos. Empatados na última colocação, ficaram a carne de peixe e a carne vermelha. A colocação dos peixes em último na lista é explicada pelo fato de que, em geral, a pesca e o congelamento de algumas espécies envolvem muita utilização de combustíveis derivados de petróleo. Conheça o estudo completo (texto em Inglês). Por incrível que pareça, os que afirmam comer peixe para poupar as florestas não sabem que essa prática é quase tão poluidora quanto queimar florestas, já que a conservação desse alimento requer muita energia. Precisamos transportar, armazenar e congelar o produto e isso traz muita poluição.
Se precisássemos de, ainda, comer carne, eu já estaria morto há mais de 3 anos. Era carnívoro também – e assumo isso. Quando dizem que estou agindo com falsidade, pregando uma coisa totalmente diferente do meu estilo de vida de até há pouco tempo, digo que um ladrão também tem o direito a se regenerar, ou não? Temos é que evoluir e nos conscientizar do mal que fazemos ao planeta e às outras espécies. Falam que nada adianta só um parar de ingerir carne. Mas pensem: se como 10 coxas de frango por mês, no ano estarei comendo 120. Se parar de me alimentar delas, serão 60 frangos que estarão vivos por mais um tempo. Para eles faz toda a diferença, ou não?
Temos que ter muito cuidado doravante, pois podemos estar vivendo um processo irreversível. Faremos em grande escala o que foi feito na Ilha de Páscoa, que teve toda a sua vegetação suprimida, acabando inclusive com o homem. Só que com muito mais poluição e doenças.
Tudo dito, ou melhor, escrito aqui é a realidade estampada na nossa face, mas não conseguimos enxergar direito, estamos muito ocupados em parecer belo aos olhos dos outros, em ficarmos riquíssimos, em consumir, em obter as novas tecnologias, em torcer pelo Brasil-futebol (apenas para o Brasil de chuteiras, representado pelos riquíssimos jogadores – que eu detesto e afirmo que isso de torcer para eles não é ser patriota) e não para um Brasil-país melhor, com mais hospitais e escolas de qualidade, com mais obras voltadas ao bem comum, mais empregos, com menos corrupção e violência e, principalmente, com mais distribuição de riqueza e muito menos desmatamento. Temos que ser também, agentes políticos, cobrar dessa corja que atua no Congresso e nas Assembléias e não só depositar o voto e achar que é cidadão. Participar de assembléias, de movimentos de bairro, de escolas, de condomínios, enfim, temos que atuar, pois a tendência é só piorar, muito em função da nossa inércia. Ou vocês acham que políticos se preocupam com o povo?
Este que escreveu este texto recicla quase tudo que produz, inclusive, muito material de seu serviço e da casa de seus pais. Tenta orientar quem usa a vassoura hidráulica (mangueira de água) que ao invés de varrer gasta muitos litros de água tratada, cara e que precisamos buscá-la a cada dia mais longe, recebendo em paga insultos, palavrões, desdém e ameaças (uma das repostas é que “se acabar a água, não preciso lavar mais a calçada”). Por outro lado, mais raramente, encontra pessoas compreensivas que não sabiam da destruição do mundo e dizem que doravante vão se esmerar na economia de tudo. Este escriba usa sempre rascunhos e pequenos pedaços de papel. Reclama quando vê uma torneira aberta ou luz acesa, ambas sem necessidade. Refloresta um antigo pasto para os animais silvestres que não têm mais onde viver dignamente (além de servir para conservar as 5 nascentes do local). Plantou mais de 15 mil árvores nos últimos 4 anos. Pesquisa e distribui diversos assuntos sobre ecologia, seja pela internet ou pessoalmente.
E vocês, o que fizeram ou têm feito? Para as pessoas que acham que não adianta fazer a parte delas, pois a maioria não faz nada, digo o seguinte: Relevância: "Essa questão, fato ou tema é importante e me afeta"; Interdependência: "O que cada um faz, afeta todos"; Ações Cotidianas: "Ao longo do tempo, mesmo poucos fazem muito". Cidadania: "Todos juntos fazem muito em pouco tempo"
Tenho por mim que a raiz de nossos problemas está na falta de educação. Educação formal, ambiental e humanitária. Se tivermos escolas, de qualidade, que fique bem claro!, teremos cidadãos conscienciosos. Sendo assim, saberemos exercer em sua plenitude o direito de reivindicar uma divisão igualitária de todo o lucro proveniente de tudo produzido no Brasil e no planeta. Exigiremos e teremos escolas gratuitas, assistência médica, segurança, empregos, bem-estar, lazer, qualidade de vida, oportunidades e direitos iguais para todos, minimizando a pobreza e a violência ora existentes, além de respeitarmos mais a natureza, permitindo a todos os seres que nos acompanham em nossa jornada o direito de existirem sem serem trucidados e comidos. Este último tópico amenizaria, também, a degradação do planeta, evitando-se o aquecimento global e a suas nefastas conseqüências. Por sermos sempre violentos com os animais e com toda a natureza ao nosso redor, banalizamos nossos atos crudelíssimos e os aplicamos, também, aos seres humanos.
O nosso maior problema não é a violência e, sim, a falta de educação. Com educação saberemos que não somos apenas massa de manobra à mercê dessa corja que abunda no meio político e dos empresários inescrupulosos, ambos nos explorando, sociabilizando os prejuízos (poluição, destruição do meio ambiente, má gestão dos serviços públicos, corrupção, sonegação etc) e privatizando os lucros (quase tudo para eles: sentenças favoráveis, dinheiro polpudo nas contas, imprensa a favor, bens materiais...). São essas atitudes dos dois lados (omissão e preguiça x ganância e falta de escrúpulos) que permitem que seres humanos sejam transformados em assassinos sem coração, verdadeiras bestas sanguinárias.
Com escolas, empregos, bem-estar e ocupação sadia não sobrarão tempo, vontade e, tampouco, motivos para continuarmos cometendo crimes de toda a sorte, hediondos ou não, e isso seria a chave para a extinção da barbárie.
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